Declínio do desejo pela maternidade cresce no Brasil, apontam estudos

Estudos indicam que, nos próximos anos, a maternidade se tornará um desejo cada vez menos comum entre as brasileiras. Projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas em 22 de agosto, mostram que a população brasileira deve atingir seu pico de mais de 220 milhões de habitantes em 2041, e, a partir daí, começar a diminuir, alcançando pouco mais de 199 milhões em 2070.

Essa tendência reflete uma mudança no comportamento das mulheres em relação à maternidade, muitas optando por postergar ou até mesmo evitar a gravidez. Fatores econômicos e sociais, aliados ao foco no sucesso profissional e à busca por estabilidade financeira, têm influenciado essa escolha de vida. A previsão do IBGE destaca que, embora a diminuição populacional seja esperada em massa a partir de 2042, 11 estados brasileiros deverão iniciar esse declínio antes, com Alagoas e Rio Grande do Sul liderando o movimento já em 2027.

O número de nascimentos no Brasil caiu significativamente, com 2022 registrando apenas 2,54 milhões de novos bebês, o menor índice desde 1977. Dados da pesquisa “Global fertility in 204 countries and territories, 1950–2021, with forecasts to 2100” publicada pela revista The Lancet, revelam que o número de nascidos vivos globalmente caiu pela metade entre 1950 e 2021, de uma média de 4,84 para 2,23 por mulher.

Além disso, a taxa de fecundidade no Brasil, que atualmente está em 1,93 filhos por mulher, também acompanha a tendência global de queda. As previsões indicam que a taxa média de filhos por mulher no mundo será de 1,83 em 2050, caindo para 1,59 até o final do século. Este fenômeno ganhou visibilidade em 2024, com o termo “NoMo” — uma abreviação de “No Mothers” — ganhando popularidade nas redes sociais para descrever mulheres que optam por não ter filhos.

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