Apreensão de azeites falsificados em 2024 supera total do ano passado

O número de apreensões de azeites falsificados no Brasil atingiu um patamar preocupante em 2024. Nos primeiros seis meses do ano, foram apreendidos mais de 97 mil litros de azeite fraudulento, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse volume já ultrapassa os 82.986 litros confiscados ao longo de todo o ano de 2023.

As fraudes mais comuns envolvem a adulteração do azeite com outros óleos vegetais, alterando sua composição e qualidade. Para assegurar a compra de azeite de qualidade, especialistas recomendam escolher produtos com data de envase recente, uma vez que o frescor é um fator essencial para a qualidade do azeite. Ana Beloto, azeitóloga e uma das figuras mais influentes do setor agro pela Forbes, ressalta que a palavra “azeite” vem do árabe e significa “suco de azeitona”, destacando a importância de manter o produto fresco.

O azeite é altamente sensível à luz, ao oxigênio e ao calor, o que pode acelerar sua deterioração. Por essa razão, ele é frequentemente embalado em garrafas escuras ou latas para preservar suas propriedades.

A fiscalização do azeite no Brasil é rigorosa e envolve diversas etapas, coordenadas pelo Ministério da Agricultura:

  1. Apreensão e análise inicial: As amostras de azeite apreendidas são enviadas a laboratórios especializados para verificar se são genuínas ou se foram misturadas com outros óleos.
  2. Testes de qualidade: Uma vez comprovada a autenticidade, o azeite é submetido a testes para determinar sua classificação, como extravirgem, virgem, tipo único ou lampante. Especialistas avaliam a presença de possíveis defeitos.

Além da adulteração com outros óleos, fraudes também podem envolver a adição de corantes e aromatizantes não autorizados, cujos efeitos na saúde ainda não são completamente conhecidos. Um caso histórico de fraude em azeite ocorreu na Espanha na década de 1980, resultando na morte de mais de mil pessoas devido ao consumo de azeite adulterado, conhecido como “síndrome do azeite tóxico”. No Brasil, onde o azeite é amplamente recomendado para pacientes com problemas cardiovasculares, a adulteração pode representar riscos sérios, agravando condições de saúde ao invés de ajudar.

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