Estudo revela que 85% das pessoas têm ou já tiveram colegas de trabalho irritantes

No ambiente de trabalho, seja ele presencial, remoto ou híbrido, nem sempre a convivência com os colegas é harmoniosa. Um novo estudo realizado pela Kickresume, com quase 3.000 profissionais, revela que 85% das pessoas já tiveram que lidar com colegas de trabalho irritantes, enquanto 58% sentem que esse tipo de comportamento prejudica diretamente a produtividade da equipe.

Entre as atitudes mais citadas como incômodas estão: pegar comida dos outros (27%), invadir o espaço pessoal (30%) e reclamar incessantemente (30%). Esses comportamentos, muitas vezes vistos como “inofensivos” por quem os pratica, podem criar um ambiente hostil e desmotivar colegas.

O desafio da etiqueta no ambiente remoto

Mesmo com a ascensão do trabalho remoto, os problemas de relacionamento continuam. Yulia Mamonova, chefe de conteúdo da plataforma Lemon.io, explica que, “neste mundo digital caótico, as pessoas esquecem que ligar para um colega sem avisar, enviar longas mensagens de áudio ou comer durante uma videoconferência não é aceitável”.

O levantamento aponta que 62% dos profissionais enfrentam comportamentos irritantes diretamente no local físico de trabalho. Já entre quem atua em regime híbrido ou remoto, os canais digitais também são palco de incômodos: 44% se sentem incomodados por mensagens em excesso via e-mails ou Slack, 29% por chamadas de vídeo inadequadas e 37% por ligações telefônicas inoportunas.

O ambiente influencia — mas não resolve

A percepção de que o modelo de trabalho interfere nesses comportamentos é evidente. Mais da metade (53%) dos trabalhadores híbridos acredita que essa modalidade reduziu os contatos desagradáveis. Entretanto, para 33% dos profissionais da Geração Z, o trabalho digital intensificou comportamentos irritantes.

A maneira como cada um lida com colegas difíceis também varia bastante. Enquanto alguns preferem manter o silêncio, outros gostariam de ser mais diretos:

  • 41% gostariam de dizer ao colega o que realmente pensam.

  • 32% preferem se distanciar.

  • 12% desabafam com outros colegas.

  • 12% reportam o comportamento à gerência ou ao RH.

  • 11% gostariam que o colega fosse demitido.

  • 9% admitiram que seriam passivo-agressivos.

Como melhorar a convivência?

Para Peter Duris, CEO da Kickresume, a chave está no treinamento em comunicação e na gestão de conflitos. “É importante criar um local de trabalho harmonioso, onde esses comportamentos sejam discutidos e a equipe fique consciente sobre como suas ações afetam o grupo”, afirma.

Yulia Mamonova reforça a necessidade de respeitar a privacidade e o tempo dos colegas, evitando longas mensagens de voz e contatos fora do expediente. “Lidar com a linha tênue entre o tempo profissional e pessoal pode ser um desafio, mas é essencial para manter boas relações.”

Josh Millet, CEO da consultoria Criteria, também destaca a importância de ações preventivas, como atividades regulares de formação de equipes e avaliações periódicas. Segundo ele, essas iniciativas ajudam a reduzir comportamentos desrespeitosos e a evitar que fatores de estresse se transformem em conflitos maiores.

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