Em meio ao apagão que afetou Portugal e Espanha nesta semana, uma das hipóteses levantadas — embora ainda não confirmada — é a de ataque cibernético. O episódio reacende o alerta sobre a vulnerabilidade de infraestruturas críticas ao redor do mundo. Nas últimas décadas, hackers já conseguiram interromper o fornecimento de energia, paralisar serviços de saúde e até derrubar sistemas do Poder Judiciário, revelando um cenário cada vez mais preocupante de riscos digitais.
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em 2021, nos Estados Unidos, quando um ataque hacker desativou temporariamente a rede da Colonial Pipeline, responsável por quase metade da distribuição de combustível na costa leste do país, forçando o governo a declarar estado de emergência. No mesmo ano, a gigante de proteína animal JBS teve 25 de suas fábricas paralisadas após uma invasão que resultou em um pagamento de US$ 11 milhões aos criminosos. Já em 2017, o sistema público de saúde britânico (NHS) sofreu um ataque de ransomware que deixou milhares de pacientes sem acesso a seus prontuários médicos.
O Brasil também enfrentou situações delicadas. Em 2020, o Superior Tribunal de Justiça teve suas atividades suspensas após um ataque hacker, o que se repetiu dois anos depois com o Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Em paralelo, o conflito entre Rússia e Ucrânia vem sendo marcado por uma intensa guerra digital: desde 2022, bancos, sistemas de energia e internet foram alvos de ataques mútuos, incluindo a interrupção parcial da internet em Moscou. Esses episódios demonstram que o ciberespaço se tornou uma nova fronteira de conflito e sabotagem, exigindo investimentos robustos em segurança digital.